Recentemente, a expressão "Síndrome da Vibração Fantasma" foi introduzida na mídia e se refere a sensação ilusória de que o celular ou um bip/"pager" está vibrando no bolso do indivíduo sem que ele realmente esteja. Tema de uma tese recente, a alucinação de que qualquer aparelho de comunicação individual esteja vibrando ou tocando acometeu 75% dos pacientes estudados.
Um grupo de pesquisadores norte-americanos realizaram a pesquisa em um hospital para determinar a prevalência e as características da síndrome entre os profissionais de saúde. Alguns dados:
- 68% da população hospitalar entrevistada, entre médicos assistentes, enfermeiras, residentes, estudantes de medicina etc, relataram em algum momento ter a percepção de vibração do celular.
- não houve diferença entre os usuários de celulares e "pagers".
- 15% relatavam ter a sensação diariamente.
- 93% consideravam-se pouco incomodados.
- estudantes de medicina e residentes foram os que mais tiveram as alucinações vibratórias.
- levar o celular no bolso da camisa ou jaleco aumentava a chance de se perceber a falsa vibração.
Essas alucinações táteis são interpretações erradas do cérebro a partir de um estímulo que pode ser a pressão que o aparelho causa no corpo ou mesmo contrações musculares, associado à expectativa de que o aparelho toque. Daí a possível explicação para acometer mais estudantes e residentes, que geralmente em regime de plantões podem receber ligações mais urgentes ou com necessidade de resposta imediata. O mesmo acontece com a mãe de primeira viagem preocupada com o bebê, que parece ouvir o tempo todo ele chorar.
A princípio, não parece ser algo tão incômodo, mas acomete grande parte da população ativa, geralmente envolvida com compromissos e tempos restritos. São os malefícios da tecnologia!
BMJ. 2010 Dec 15;341:c6914
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